quinta-feira, 12 de abril de 2012

Em ofício dirigido a Maia e Sarney, PSDB pede um assento para oposição no comando da CPI (osias de Souza)


O PSDB decidiu formalizar uma reivindicação fadada ao insucesso. A legenda pedirá por escrito que os postos de comando da CPI do Cachoeira sejam compartilhados entre governo e oposição.
São duas as cadeiras que estão em jogo: a de presidente da CPI e, mais importante, a de relator. O tucanato invoca a “tradição” para reivindicar um dos assentos.
O pedido será encaminhado nesta quinta (12) aos presidentes da Câmara, Marco Maia, e do Senado, José Sarney. Assinarão a peça os dois líderes do PSDB: senador Alvaro Dias e deputado Bruno Araújo.
“Faremos um apelo para que se restabeleça a tradição do Parlamento de compartilhar o comando das CPIs entre a maioria e a minoria”, disse Álvaro. “Nesse caso do Cachoeira, o compartilhamento é ainda mais importante, sob pena de a investigação nasceu sob o signo da suspeição.”
Ouvido pelo blog, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, deu de ombros: “Vale a velha regra. O maior partido da Câmara (PT) indica o relator e o maior partido do Senado (PMDB) indica o presidente –ou vice-versa.” E quanto à “tradição” do compartilhamento?
“Isso é conversa fiada”, disse Walter. “Na época em que eles tinham o comando total do Congresso, a gente não conseguia instalar uma CPI. Nos oito anos de Fernando Henrique eu não emplaquei nenhuma. Quando alguém conseguia, por descuido, a presidência e a relatoria eram deles. Nunca compartilharam nada.”
Alvaro como que antecipa um discurso que será repisado à exaustão nos próximos meses: “Se o governo controlar tudo, a CPI vai ser chapa branca.” Bruno, o tucano que lidera o PSDB na Câmara, reforça a pregação:
“Para que haja isenção, esperamos que o governo concorde com o compartilhamento. Do contrário, não haverá transparência nem serenidade. Compromete-se o objetivo central, que é o de investigar o que for preciso e esclarecer verdadeiramente os fatos.”
Alheio aos esperneios tucanos, o PMDB já busca um nome para a presidência da CPI. Está entre os senadores Vital do Rêgo e Cassildo Maldaner. Ao PT restará ocupar, gostosamente, a poltrona de relator –a mais importante em qualquer CPI.

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