domingo, 7 de outubro de 2007

Peemedebistas selam paz; "franciscanos" cobram atenção do Planalto, em jantarf

03/10/2007 - 11h37

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Os "cardeais" e "franciscanos" do PMDB no Senado se reuniram nesta terça-feira em jantar para selar a paz na bancada, depois da rebelião na semana passada que resultou na rejeição da medida provisória do governo que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo. O clima foi de cordialidade, mas os "franciscanos" deixaram claro que desejam suas reivindicações atendidas pelo Palácio do Planalto para que a normalidade volte à bancada.

"Nós colocamos claramente para a bancada que esse grupo [franciscanos] vai continuar se reunindo e discutindo questões de relacionamento. O que esse grupo não quer é que um tome as decisões por todos, sem que todos tenham conhecimento", disse o senador Valter Pereira (PMDB-MS).

15.jun.2007/Folha Imagem
Romero Jucá deve se reunir com Lula para apresentar reivindicações de peemedebistas
Romero Jucá deve se reunir com Lula para apresentar reivindicações de peemedebistas

Dos 19 senadores peemedebistas, 14 foram ao jantar na casa do líder do partido no Senado, Valdir Raupp (PMDB-RO). O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), participou do jantar e foi considerado um dos mais "animados" no encontro --apesar de estar no foco da crise política que atinge a Casa desde o final de maio.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) --apontado por alguns "franciscanos" como um dos "cardeais" que tomou a frente das negociações com o governo sem consultar a bancada--, disse que deve se reunir nesta quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apresentar as principais reivindicações dos senadores peemedebistas.

Jucá nega que outras rebeliões possam atingir a bancada, já que está otimista para a unidade dos senadores após o jantar. "Não tem rebelião. Nos reunimos justamente para unificar a conversa, para ouvir queixar pontuais, mas não temos nenhum pendência com o presidente", disse.

O líder afirmou que a principal reclamação dos senadores está relacionada ao tratamento do governo federal com a bancada do partido, especialmente a falta de diálogo. Jucá disse que vai deixar claro ao presidente essa insatisfação.

A expectativa do peemedebista é que Lula receba os senadores do partido nos próximos dias, depois que retornar de viagem à África.

Rebeliões

Jucá descartou novas rebeliões das bancadas, mas Pereira deixou claro que o PMDB não está disposto a se comportar como "manada", seguindo as determinações do Palácio do Planalto ecoadas pelos "cardeais" da legenda. "O governo não precisa acender o sinal de alerta, mas tem que ter disposição para dialogar e espírito desarmado para possíveis mudanças", cobrou Pereira.

Apesar de não concordar com o termo "franciscanos" --criado pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG) para distinguir o grupo dos senadores peemedebistas com pouca influência no Palácio do Planalto--, Pereira disse que o grupo está disposto a aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.

"A bancada tem que apreciar a CPMF, mas têm que traçar discussão sobre o tema com outros setores", disse Pereira.

Minas e Energia

O grupo dos chamados "franciscanos" também cobrou explicitamente o retorno de Silas Rondeau para o Ministério de Minas e Energia. Raupp pediu calma aos senadores --uma vez que o retorno de Rondeau à pasta aguarda o fim das investigações sobre a empresa Gautama na Procuradoria Geral da República.

"Quem já esperou cinco, seis meses, pode esperar mais um", disse Raupp. Rondeau foi afastado do ministério depois de ser acusado de receber propina da Gautama para facilitar licitações à empreiteira. Até agora, não há provas do envolvimento do ministro no episódio --o que provocou no PMDB a cobrança para o retorno de Rondeau.

Segundo peemedebistas, o governo está disposto a retomar a distribuição de cargos ao partido no Senado, mas espera a definição sobre o Ministério de Minas e Energia para dividir os postos --uma vez que a maioria dos cargos sob o comando da bancada está ligada ao setor energético.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u333493.shtml

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