domingo, 7 de agosto de 2011

Saída de Jobim não abala PMDB

A troca de comando no Ministério da Defesa não abalou o PMDB. A cúpula partidária deixou Nelson Jobim largado à própria sorte, durante o período em que o ministro entrou em rota de colisão com a presidente Dilma Rousseff. O comando partidário não se preocupou em defender a permanência do peemedebista no cargo nem indicar qualquer outro nome para o lugar. O posto, repetiram peemedebistas nos últimos dias, é de nomeação pessoal da presidente Dilma.

Além de negar a intenção de fazer o novo ministro, peemedebistas procuraram desfazer qualquer interpretação de que estariam insatisfeitos com a nomeação do diplomata Celso Amorim para substituir Jobim. “Essa história de que a escolha de Amorim para Defesa desagrada o PMDB é mentira deslavada. O partido não indicou Jobim nem tem porque opinar na mudança”, afirmou, por meio do twitter, o vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Geddel Vieira Lima (PMDB).

“Nem a indicação nem a substituição de Jobim foram partidárias”, resumiu o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Para peemedebistas, o ministro Celso Amorim tem o mesmo peso para o PT no Ministério da Defesa que Jobim tinha para o PMDB. Ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim se filiou ao PT há dois anos, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, Amorim era filiado ao PMDB.

Apesar da longa história no partido, Jobim é considerado um outsider pela atual cúpula partidária, ou seja, está distante das decisões do partido, apesar de sempre ocupar postos de destaque. Antes do Ministério da Defesa, foi ministro da Justiça, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, presidiu o Supremo Tribunal Federal (STF) e exerceu mandatos de deputado federal. “Jobim finge que é do PMDB e o PMDB finge que ele é do partido”, resumiu um peemedebista.

Desde a montagem do primeiro escalão da presidente Dilma, o PMDB deixou claro que Jobim não estava na cota partidária destinada à legenda dentro da divisão dos cargos pelos partidos aliados. O Ministério da Defesa é visto pelos políticos como uma pasta técnica sem apelo eleitoral.

WAGNER FALA

Em sua passagem por Salvador, onde participou do Programa Estadual de Inclusão Socioprodutiva do Governo da Bahia (Vida Melhor), a presidente Dilma Rousseff evitou a imprensa e não falou nada sobre as crises que enfrenta em seu ministério e evitou a imprensa.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), porém, defendeu fortemente a postura que a presidente, a quem chamou de “mulher coragem”, tem adotado para resolver os conflitos na administração federal.

“Quando a senhora foi chamada a resolver um problema (acusações de corrupção), a senhora teve a coragem de enfrentar aqueles que ainda não entenderam que o povo brasileiro não aceita mais que o dinheiro público saia pelos ralos”, disse, em discurso para cerca de mil pessoas.

“Também teve a coragem, em um momento em que o tratamento não foi correto entre seus auxiliares (referindo-se às declarações dadas pelo ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim), de dizer que nós exigimos respeito entre todos os ministros e soube fazer, com muita rapidez, o que era necessário”, afirmou Wagner.
VOZ DO PARTIDO

“O partido não indicou Jobim nem tem porque opinar na mudança", afirmou, por meio do twitter, o vice-presidente da Caixa, Geddel Vieira Lima (PMDB). (Brasília/AE)

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