PT elabora resolução que trata de eleições municipais e ética interna do partido
10/02/2008 - 17h16
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Depois de quase 12 horas de reunião no sábado, a executiva nacional do PT aprovou uma longa resolução --que será divulgada nesta segunda-feira. Nela, os petistas afirmam que farão uma "contra-ofensiva para barrar a agenda neoliberal", mas não detalham como serão executadas as ações.
Na resolução, o comando do PT indica que PDT, PCdo B e PSB devem ser tratados como aliados "preferenciais e estratégicos" nas eleições municipais. Não menciona proibições a outras parcerias políticas. No momento em que se discute a instauração de uma CPI para investigar eventuais irregularidades envolvendo o uso de cartões de crédito corporativo, o PT defende como prioridade a criação de um Código de Ética ---desde que definidas regras claras proibindo abusos. Mas não cita punições nem há referências ao escândalo atual.
Neste domingo, o comando do partido publicou uma síntese da nota, no site da legenda (www.pt.org.br).
O ministro Tarso Genro (Justiça), que participou da reunião no sábado, informou que a idéia é manter o formato da base aliada que apóia o governo federal também nos municípios. De acordo com o deputado Maurício Rands (PT-PE), apontado como futuro líder da legenda na Câmara, o objetivo é buscar a vitória nos grandes e médios municípios.
Preferenciais
"[A eleição de] 2010 não pode ser definida só [com uma campanha] de São Paulo. Prefiro acreditar que o PT vai ter em 2010 [a vitória nas] médias e grandes cidades", afirmou Rands, que participou da reunião em Brasília.
Segundo a avaliação da executiva, são denominados aliados "preferenciais e estratégicos" o PDT, o PCdoB e o PSB ---apesar de alguns de seus integrantes defenderem a instauração da CPI mista (com deputados e senadores) no Congresso, contrariando a orientação do governo.
Tarso e Rands defendem ainda como prioridade para este ano a elaboração de um Código de Ética. De acordo com a resolução definida na executiva, o código deverá estabelecer "regras claras que vedem internamente todas e quaisquer práticas indutoras de abuso do poder econômico ou político".
CPMF
A derrota da votação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), em dezembro, foi analisada como uma atitude que teria levado a oposição ao isolamento. Segundo a resolução, a rejeição ao "imposto do cheque" foi uma decisão "irresponsável" porque inviabilizaria o sistema de saúde pública no país.
De acordo com a resolução, o PT e o governo devem atuar para evitar que o corte da proposta orçamentária de 2008 não atinja as políticas sociais, os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os serviços públicos.
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