segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PMDB e PPS querem fim dos infiéis

Roger Pereira
Agência Câmara
Temer: "Começa uma nova fase".
Em lados opostos em relação ao novo governo federal, PMDB e PPS decidiram enquadrar seus filiados para que obedeçam a posição política de seus partidos sob pena de punição via fidelidade partidária.
Enquanto o PMDB quer toda sua base apoiando o governo Dilma, o PPS, na oposição, promete abrir processo de expulsão de todos os filiados que apoiaram candidatos de outra coligação na eleição de outubro.
Cobrado pela presidente eleita pela divisão de seu partido, o vice-presidente eleito Michel Temer, presidente nacional do PMDB exigiu posição uniforme da legenda, que, em vários estados, esteve mais próximo do PSDB que do PT nas eleições de outubro.
Temer disse, no entanto, que ninguém será punido por posições anteriores, mas que, agora, "começa uma nova fase", posição estratégica para garantir ao PMDB os cargos que almeja no governo Dilma.

Já no PPS, a punição levará em conta o "esforço" de mandatários e diretórios municipais nas eleições deste ano. O partido editou resolução neste final de semana, determinando e expulsão dos infiéis na última eleição, ontem, o prefeito de Jaguariúna (SP), Gustavo Reis, que apoiou publicamente a candidatura da petista Dilma Rousseff à presidência, foi o primeiro expulso.
"Só estávamos esperando essa posição do diretório nacional, para começarmos a agir aqui no Paraná. Temos muitos casos aqui, que serão provados com números. Mandatário que fez mais votos em 2008 do que os candidatos do partido fizeram em seus municípios neste anos poderão sofrer processo do conselho de ética", disse o presidente do partido no Paraná, Rubens Bueno, que é secretário-geral do PPS nacional.
"Também criaremos um coeficiente mínimo e, nos municípios que esse mínimo não foi atingido, os diretórios ou comissões provisórias municipais serão dissolvidos", contou. Apesar de admitir vários casos no Paraná, Bueno não quis antecipar nenhum, "pois todos terão direito a ampla defesa".
Arquivo
Bueno: "Temos muitos casos aqui".
A resolução do PMDB pode complicar o jogo de bancadas de situação e oposição na Assembleia Legislativa. O racha no partido, que não conseguiu manter unidade nem na eleição, é a aposta do PSDB de Beto Richa para conseguir maioria na Assembleia.
Se o recado de Temer atingiu diretamente os cinco diretórios estaduais que apoiaram oficialmente a candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República, também serve, segundo o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (membro da Executiva Nacional do PMDB e ex-candidato a vice-governador derrotado nas eleições de outubro) para os deputados que ensaiam um apoio ao novo governador tucano.
"Disputamos a eleição no Paraná. O PMDB apoiou o Osmar. Infelizmente não fez na sua totalidade, mas essa foi a posição oficial do partido. O PMDB perdeu a eleição no Paraná. Os deputados estaduais foram eleitos para serem oposição e vamos fazer cumprir esse papel que as urnas nos impuseram", disse. "O presidente do nosso partido é o vice-presidente eleito. Não tem como não ter o apoio unânime do PMDB. Quem não estiver confortável para defender a bandeira do partido, estará livre para procurar outra legenda", concluiu.

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