terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Divulgação
Anastasia fez de Carlos Melles, presidente do DEM-MG, o seu secretário de Obras
A guerra interna que convulsiona o DEM ultrapassou as fronteiras da legenda. Nos subterrâneos, o senador tucano Aécio Neves levou as digitais à disputa.
Aécio e seu grupo político desceram ao front na trincheira guarnecida pela ala do deputado Rodrigo Maia (RJ), atual presidente do DEM.
Maia articula-se para repassar o bastão de comandante da legenda ao senador José Agripino Maia (RN).
Do lado oposto, movem-se o prefeito paulistano Gilberto Kassab e o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen (SC).
A dupla convidou o senador não-reeleito Marco Maciel para assumir a candidatura à presidência do DEM. A cadeira vai a voto em 15 de março.
Antes, no dia 29 de janeiro, os dois grupos medirão forças numa contenda que envolve a escolha de um novo líder para a bancada da Câmara.
Maia e Cia. comparecem à disputa representados pelo deputado ACM Neto (BA). Kassab e sua infantaria apresentam o nome de Marcos Montes (MG).
O dedo de Aécio aparece já nesta batalha prévia. Em tese, o tucanato de Minas deveria prestigiar o mineiro Marcos Montes. Porém...
Porém, Aécio pega em lanças pelo neto de Antonio Carlos Magalhães. O apoio materializou-se no secretariado do governador Antonio Anastasia.
Pupilo de Aécio, Anastasia nomeou, no início do mês, o deputado Carlos Melles (DEM-MG) para a estratégica Secretaria de Transportes e Obras.
Velho aliado de Jorge Bornhausen, Melles, que preside o diretório do DEM em Minas, alistou-se na brigada oposta.
Melles ensopa a camisa levar os quatro votos dos deputados do DEM-MG para ACM Neto. Depois, zelará para que os convencionais mineiros optem por Agripino.
Em conversa com o repórter, um expoente do grupo Kassab-Bornhausen-Maciel referiu-se à operação demo-tucana de Minas em termos fortes: “Compraram o Melles”.
Agripino condicionava sua participação na convenção de março à costura de um consenso que pacificasse as duas alas do DEM. Mudou de ideia.
O senador informou a integrantes de seu grupo que, se necessário, irá ao voto contra Maciel. Considera-se, por assim dizer, desrespeitado por Bornhausen e Kassab.
Os dois o haviam convidado para ser o candidato do “consenso”. Súbito, sem a nenhum aviso prévio, mudaram o rumo da prosa.
Resta agora saber se Maciel irá à sorte dos votos. Convidado na semana passada, num almoço oferecido por Kassab, o quase-ex-senador pediu tempo para pensar.
O envolvimento de Aécio na pendenga tem como pano de fundo 2010 e 2014. Na sucessão do ano passado, Rodrigo Maia dissera que preferia Aécio a José Serra.
Para 2014, Maia e sua tropa consideram o grão-duque do tucanato mineiro o “candidato natural” da oposição.
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Escrito por Josias de Souza às 23h29
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