sábado, 28 de novembro de 2009

Operação da PF contra governador do Distrito Federal assusta DEM

MARIA CLARA CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A operação deflagrada ontem pela Polícia Federal para investigar irregularidades no governo do Distrito Federal e o suposto envolvimento do governador José Roberto Arruda (DEM) no esquema de propina para a base aliada na Câmara Legislativa provocou um clima de apreensão em toda a cúpula nacional do DEM.

Único governador do partido, Arruda estava com a exposição em alta na mídia nos últimos meses. Dava entrevistas a grandes veículos de comunicação, com o intuito de valorizar a imagem da legenda em todo o país. Comandará os festejos dos 50 anos da capital. Por isso, integrantes do DEM no Congresso passaram o dia preocupados, tentando obter mais informações da operação da PF.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) classificou o caso de "muito grave e um acontecimento que preocupa muito". "Não posso falar por todo o partido, mas eu estou preocupado sim. O DEM não pode tolerar desvios. O momento é de aguardar, mas estamos todos tensos", disse Demóstenes.

O presidente nacional da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o "governador é e vai continuar sendo uma vitrine para o DEM". "Da nossa parte cabe agora dar todo o apoio possível. Ele é um governado muito bem avaliado e já disse que vai colaborar com as investigações, o que é fundamental neste momento. Agora, o que é estranho é que criaram fatos consumados antes mesmo do final das investigações".

O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN) disse achar estranho que "isso venha à tona em ano pré-eleitoral": "O momento é de esclarecimentos sobre as acusações e sobre a defesa, mas acho que a imagem do partido não fica nem abalada nem desabalada [com a operação da DF]. O partido mantém a confiança em seu governador".

Reunidos ontem em Natal (RN), alguns dos principais dirigentes do DEM conversaram com Arruda pela manhã. Segundo eles, o governador mostrou tranquilidade e tentou jogar as denúncias nas costas de seu ex-aliado e atual desafeto político, o ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC).

Na Câmara Legislativa, a oposição já fala em cassar Arruda. "Temos que pedir a documentação e analisar a responsabilidade nos autos do STJ. Se houver indícios fortes, o governador pode sofrer impeachment, sim", disse o deputado distrital Cabo Patrício (PT). Para ele, a Casa precisa apurar as denúncias "doa a quem doer".

Colaborou FERNANDA ODILLA, da Sucursal de Brasília

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