terça-feira, 27 de setembro de 2011


PSDB se prepara 2012 munido de estatísticas ‘azedas’

O PSDB inicia a preparação de sua estratégia para as eleições municipais de 2012 debruçado sobre um documento acerbo.
O estudo encomendado pelo tucanato ao sociólogo Antonio Lavareda carrega em seu miolo a tradução em dados da ruína da legenda.
O documento informa que é declinante o desempenho do PSDB nas disputas municipais. Minguou de 16,5% dos votos válidos em 2004 para 14,6% em 2008.
Conservando-se a tendência, o documento estima que o PSDB declinará um pouco mais em 2012. Vai beliscar 14,3% dos votos válidos.
Significa dizer que, sem uma estratégia consistente, o PSDB, que já teve quase mil prefeitos, arrisca-se a perder parte das 790 prefeituras que controla hoje.
O estudo de Lavareda relaciona o declínio municipal à perda de cadeiras no Congresso. Nos tempos áureos da Era FHC, o PSDB somava 99 cadeiras na Câmara.
Foi definhando eleição após eleicão, até chegar à bancada atual: 52 cadeiras na Câmara, abaixo de PT (86) e PMDB (80).
O documento menciona também o desempenho do PSDB nas disputas presidenciais. Nesse item, a legenda cresce. Mas não na proporção que gostaria.
Em 2002, José Serra amealhou 38,7% dos votos válidos. Perdeu para Lula. Em 2006, Geraldo Alckmin somou 39,2%. Lula prevaleceu de novo.
Em 2010, o recandidato Serra subiu para 43,9%. Deu Dilma Rousseff. A peça que inquieta o tucanato esboça uma projeção para 2014.
Mantido o ritmo dos anos anteriores, o presidenciável tucano iria às urnas com um potencial de votos de 45,8%.
Ou seja: seria um candidato favorito a fazer do oponente petista –Dilma Rousseff ou Lula— o próximo presidente da República.
É contra esse pano de fundo envenenado que o PSDB prepara para o final do mês que vem um seminário em que tentará encontrar um antídoto.
Por ora, o tucanato perde-se em lamúrias e divagações. Faltam-lhe estamina e projetos. Numa palavra: falta rumo.
 
Escrito por Josias de Souza às 23h22