domingo, 29 de novembro de 2009

PT e DEM trocam farpas no Twitter sobre Arruda

As denúncias de corrupção contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), potencializadas pela divulgação de vídeo desse sábado (28) com o governador recebendo dinheiro em espécie, viraram munição para a troca de farpas entre o Democratas e o PT neste final de semana nas páginas do microblog Twitter, que tem vários políticos entre seus usuários.

Os representantes da duas legendas tentam mostrar uma diferenciação em suas atitudes.

O DEM fala em "não empurrar nada para baixo do tapete", aludindo ao comportamento do PT durante as investigações do mensalão.

No PT, além da condenação veemente da corrupção, existe um tom de "saída dentro da legalidade" do governador, lembrando que o DEM falou abertamente em impeachment do presidente Lula em passado recente.

Ontem à tarde, o presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), escreveu em sua página (www.twitter.com/ricardoberzoini) que não defendia o impeachment de Arruda.

"Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria".

Mais tarde, após a divulgação do vídeo, Berzoini subiu o tom: "os vídeos e áudios de Arruda tiram qualquer autoridade para ele continuar no governo.

A questão é: qual a saída dentro da legalidade", ponderou. Além dos comentários e provocações, Berzoini postou um link para o vídeo.

No DEM, além da cobrança de explicações "convincentes e esclarecedoras", o líder do partido na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), não perdeu a oportunidade de espetar o PT em seu micro blog (www.twitter.com/deputadocaiado):

"O Democratas não vai se portar como o PT. Se houve erro, haverá punição de acordo com o que uma democracia prevê", escreveu.

"Não vamos empurrar nada para baixo do tapete.

São denúncias graves", completou. Ele ainda disse esperar as explicações do governador do DF: "Vamos aguardar o governador Arruda se manifestar.

Todos merecem o direito de se defender, desde que com provas e fatos concretos".

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que já se manifestou em público sobre o caso, nada escreveu sobre ele no Twitter.

E o senador José Agripino (RN) apenas postou um link para a nota oficial da legenda, divulgada ontem e que exigia "esclarecimentos convincentes" de Arruda.

Fonte: Agência Estado

sábado, 28 de novembro de 2009

Operação da PF contra governador do Distrito Federal assusta DEM

MARIA CLARA CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A operação deflagrada ontem pela Polícia Federal para investigar irregularidades no governo do Distrito Federal e o suposto envolvimento do governador José Roberto Arruda (DEM) no esquema de propina para a base aliada na Câmara Legislativa provocou um clima de apreensão em toda a cúpula nacional do DEM.

Único governador do partido, Arruda estava com a exposição em alta na mídia nos últimos meses. Dava entrevistas a grandes veículos de comunicação, com o intuito de valorizar a imagem da legenda em todo o país. Comandará os festejos dos 50 anos da capital. Por isso, integrantes do DEM no Congresso passaram o dia preocupados, tentando obter mais informações da operação da PF.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) classificou o caso de "muito grave e um acontecimento que preocupa muito". "Não posso falar por todo o partido, mas eu estou preocupado sim. O DEM não pode tolerar desvios. O momento é de aguardar, mas estamos todos tensos", disse Demóstenes.

O presidente nacional da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o "governador é e vai continuar sendo uma vitrine para o DEM". "Da nossa parte cabe agora dar todo o apoio possível. Ele é um governado muito bem avaliado e já disse que vai colaborar com as investigações, o que é fundamental neste momento. Agora, o que é estranho é que criaram fatos consumados antes mesmo do final das investigações".

O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN) disse achar estranho que "isso venha à tona em ano pré-eleitoral": "O momento é de esclarecimentos sobre as acusações e sobre a defesa, mas acho que a imagem do partido não fica nem abalada nem desabalada [com a operação da DF]. O partido mantém a confiança em seu governador".

Reunidos ontem em Natal (RN), alguns dos principais dirigentes do DEM conversaram com Arruda pela manhã. Segundo eles, o governador mostrou tranquilidade e tentou jogar as denúncias nas costas de seu ex-aliado e atual desafeto político, o ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC).

Na Câmara Legislativa, a oposição já fala em cassar Arruda. "Temos que pedir a documentação e analisar a responsabilidade nos autos do STJ. Se houver indícios fortes, o governador pode sofrer impeachment, sim", disse o deputado distrital Cabo Patrício (PT). Para ele, a Casa precisa apurar as denúncias "doa a quem doer".

Colaborou FERNANDA ODILLA, da Sucursal de Brasília

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eleito, Dutra busca salto baixo e manequim exclusiva

Guto Cassiano

José Eduardo Dutra confirmou o favoritismo e elegeu-se presidente do PT.



Oficialmente, toma só vai tomar posse em fevereiro de 2010.



Na prática, passa a apitar mais do que Ricardo ‘Pato Manco’ Berzoini.



Dutra vai à linha de frente do projeto Dilma Rousseff-2010.



Nesta quarta (25), achegou-se aos holofotes para dizer o que pensa.



Em verdade, não pensa. Ou por outra, pensa com os miolos de Lula.



Antevê uma sucessão dura. Quer afastar o petismo do salto alto.



Tem a pretensão de arrastar 14 partidos para dentro da coligação de Dilma.



Sonha com a reedição do consórcio governista, sem defecções.



Quer converter Dilma em manequim exclusiva da grife Lula.



No mais, deseja carregar na comparação Lula X FHC.



Quando ao adversário, alega não ter preferência entre Serra e Aécio.



Nesse ponto, recorre à desconversa. Lula e o grosso do petismo preferem Serra.



Em relação ao calendário, diz que Dilma só deve trocar o governo pelo palanque na última hora, no comecinho de abril.



- PS.: Ilustração via blog do Guto Cassiano.

Escrito por Josias de Souza às 18h11

Comentários (19) | Enviar por e-mail | PermalinkPermalink #

Frase homofóbica de Requião pode custar R$ 250 mil

Folha
O Ministério Público Federal pediu à Justiça que imponha ao governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), o pagamento de uma multa de R$ 250 mil.



Na petição, a Procuradoria alega que a sanção se justifica em razão de declarações feitas por Requião em programa da TV Educativa paranaense.



São duas as declarações que motivaram o pedido do Ministério Público, ambas levadas ao ar num programa chamado “Governo Escola”.



Numa delas, o governador associou a incidência de câncer de mama em homens às passeatas gays.



Noutra, ofendeu o pesquisador Mauro Akio, do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná). Chamou-o, em timbre pejorativo, de “gafanhoto” e “kung-fu”.



Não é a primeira vez que declarações de Requião resultam em ações pecuniárias.



A Justiça Federal proibira o governador de utilizar a rádio e a TV educativa do Paraná de maneira imprópria. Do contrário, seria condenado ao pagamento de multas.



Requião deu de ombros. E loquacidade excessiva já lhe rendeu a aplicação de quatro multas. Todas por descumprimento da ordem judicial.



Juntas, as sanções somam R$ 850 mil. A última, de agosto, foi motivada por ataques de Requião ao prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Coisa de R$ 200 mil.



Os lábios de Requião, como se vê, tornaram-se ferrenhos adversários do bolso de Requião.

Escrito por Josias de Souza às 06h09

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Há uma nova Dilma na praça, lhana e de fala mansa

Ao comparecer às urnas do PT, neste domingo (22), Dilma Rousseff enfrentou um cerco de repórteres.



Concedeu uma dessas entrevistas que, por improvisadas, são chamadas em Brasília de “quebra-queixo”.



A presidenciável de Lula soou em timbre surpreendentemente ameno. Bem diferente daquela Dilma pós-apagão, que interpelara uma repórter com um ríspido “minha filha!”.



A nova Dilma fala sobre todos os temas sem franzir a testa, com uma calma de dar sono. A TV-PT levou a entrevista à web.

Escrito por Josias de Souza às 06h07


Assista a entrevista a que refere o Josias


TVPT: Comparar blecaute a apagões tucanos revela memória curta da oposição, diz Dilma

Clique no seguinte LINK:

http://www।pt.org.br/portalpt/noticias/nacional-2/tvpt:-comparar-blecaute-a-apagoes-tucanos-revela-memoria-curta-da-oposicao-diz-dilma-1857.html

sábado, 21 de novembro de 2009

Temer: Pré-compromisso com Dilma não sofre riscos

Lúcio Távora/Folha

Michel Temer disse ao blog que recebe com “naturalidade” a abertura do debate sobre a hipótese de o PMDB lançar um presidenciável próprio.

Presidente da Câmara e fiador do acordo pré-nupcial que aproximou o PMDB do altar de Dilma Rousseff, a candidata do PT, Temer afirma:

“O pré-compromisso [de apoio a Dilma] está firmado muita solidamente. Não há nenhum titubeio. Pelo que observamos, não sofre riscos”.

A despeito do timbre peremptório utilizado por Temer, um pedaço do PMDB decidiu reunir-se sob o pretexto de buscar uma alternativa a Dilma. Deve-se a iniciativa ao governador do Paraná, Roberto Requião. Ele inaugurou um movimento que tem o propósito declarado de empinar uma candidatura do PMDB.

Iniciado nos subterrâneos, o debate ganhará publicidade neste sábado (21), num encontro em Curitiba. Prometeram acorrer à capital paranaense os dirigentes de pelo menos dez dos 27 diretórios Estaduais do partido: SP, MG, RJ, RS, PR, SC, MS, ES, SE e PI.

Os organizadores estimam que o número pode crescer para 15. Espera-se que compareçam também três dos oito governadores do PMDB. Além de Requião, que faz as vezes de anfitrião, devem participar Luiz Henrique, de Santa Catarina; e André Puccinelli, do Mato Grosso do Sul. A coisa será transmitida ao vivo, na web.

Convidado, Temer disse que não prestigiará o encontro. “Não vou poder comparecer. Mas não há nisso nenhuma objeção à reunião”, disse o deputado. “Vejo com naturalidade e acho até úteis essas reuniões do PMDB. Ajudam a mobilizar o partido para a eleição do ano que vem...”

“...Como as coisas acabam se definindo apenas na convenção nacional, marcada para junho de 2010, é claro que nós temos muito tempo pela frente”. No dizer de Temer, ocorre em Curitiba “apenas mais uma reunião”. Lembrou que o grupo comprometido com Dilma também realiza os seus encontros:

“Designei oito pessoas PMDB. Tem outras sete do PT. Já se encontraram uma vez e voltam a se encontrar no dia 25, para ir ajustando a situação nos Estados”. Curiosamente, a lista de diretórios cujos presidentes aceitaram tomar parte da reunião curitibana inclui Estados nos quais o PMDB parece pender para Dilma.

Entre eles Minas e Rio. No primeiro, o PMDB concorrerá ao governo com o ministro Hélio Costa (Comunicações). No outro, tentará reeleger Sérgio Cabral. Em ambos o PT ainda não executou o movimento exigido pelo PMDB: a retirada das candidaturas de Fernando Pimentel, em Minas, e de Lindberg Farias, no Rio.

O repórter perguntou a Temer: a presença desses diretórios num encontro que tem a candidatura própria como pano de fundo pode significar uma reação ao PT? E ele: “É até natural que aconteça isso que você está dizendo. Enquanto não há a solução definitiva dos Estados, é claro que cada um vai tomando suas posições”.

O presidente da Câmara parece confiar, porém, na parceria com o PT. “No Rio, há uma solução quase sacramentada. O Cabral é muito ligado ao Lula. Quanto a Minas, deve-se lembrar que o Hélio Costa é ministro do Lula. Lá também está havendo um esforço para fazer o acordo com o PT”.

Temer repetiu: “Enquanto isso não acontecer, é natural que haja mobilização de alguns setores. Eu vejo isso com muita tranqüilidade”. Mencionou também o caso do Mato Grosso do Sul. Ali, o governador Puccinelli tentará reeleger-se.

“O acordo depende apenas de conversas com o Zeca do PT”, disse Temer. “Soube que o Puccinelli talvez não vá a Curitiba. Não sei vai nem o presidente do diretório”. A julgar pelo teor de um texto levado ao portal do PMDB-MS, a dupla irá:

“Mato Grosso do Sul tem posição firmada por candidatura própria. Estará representado na reunião pelo governador André Puccinelli e pelo presidente do diretório estadual, Esacheu Nascimento”.

Vão a Curitiba também grão-pemedebês que estão fechados com a candidatura presidencial de José Serra (PSDB). São dois os serristas mais notórios: Orestes Quércia, presidente do PMDB-SP, e Luiz Henrique, o governador catarinense.

O PMDB-SC, a propósito, também levou à web um texto: “O objetivo do encontro é formular propostas ao programa do PMDB para as eleições presidenciais de 2010. A discussão da candidatura própria do partido é o principal assunto da reunião”.

Mas o que fazem os defensores de Serra num debate sobre “candidatura própria”. Simples: tentam embaralhar o pré-acordo que dá a Dilma o tempo de TV do PMDB. Ouça-se, de novo, Temer: “Não creio que o nosso encaminhamento sofra riscos. O pré-compromisso caminha a passos largos para ser um compromisso definitivo...”

“...Não gostaria de quantificar [o grupo pró-Dilma], mas posso afirmar que a maioria na convenção a favor da aliança com o PT é ampla. Se resolvermos as pendências de Minas e Mato Grosso do Sul, se aproximará da totalidade”.

O senador Pedro Simon, presidente do PMDB-RS, vai a Curitiba com o ânimo de lançar Requião como presidenciável do partido. Temer disse ter conversado, dias atrás, com o próprio Requião.

“Ele me disse: ‘precisamos ter um programa para apresentar. Eu perguntei: Acha que deve ter candidatura própria, você é candidato? E ele: Não, eu vou com a Dilma”.

O diabo é que, nos pronunciamentos feitos no diretório paranaense do partido, ouve-se um outro Requião: “Eu não quero estabelecer uma polêmica com o diretório nacional do PMDB...”

“...Mas a nossa intenção, junto com outras seções do PMDB do Brasil inteiro, é começarmos a montar um programa de governo. Aí sim nós vamos para a convenção. E quando eles disserem coligação ou não coligação, nós vamos dizer:...

“...Em primeiro lugar, para quê? e para quem? Depois que nós estabelecermos um programa de governo, nós vamos discutir se temos um candidato ou se para a execução desse programa de governo, nós podemos ter uma coligação”.

Como se vê, o acerto com Dilma percorrerá um terreno acidentado até ser consolidado na convenção de junho de 2010 pela maioria "ampla" anteista por Temer.

Escrito por Josias de Souza às 05h19

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

PT do ‘pós-Lula’ nasce domingo e tem a cara do Lula


José Cruz/ABr
Será escolhido no domingo (22), em eleição direta, o novo presidente do PT.

Há seis candidatos no páreo. Deve prevalecer José Eduardo Dutra, 52 anos.

Dutra é um petista de trajetória opaca. Deve-se a Lula sua entrada na disputa.

O presidente deseja ver Dutra no comando do PT por duas razões:

1. Ligado a Dilma Rousseff, não causará problemas à candidata oficial, em 2010.

2. Fabricado no Planalto, mantém no PT da era pós-Lula, em 2011, a cara de Lula.

Dutra pertence ao velho Campo Majoritário, grupo do presidente da República.

Depois do mensalão, passou a chamar-se Construindo um Novo Brasil.

Trocou de nome, não de métodos. Manteve a hegemônica e o pragmatismo.

Garantiu a eleição de Lula ao trocar a retórica socialista pelo realismo político.

Para viabilizar Dilma conserva a aliança pluripartidária que tem o PMDB como pilar.

Numa palavra, José Eduardo Dutra é a mão de Lula nas rédeas do PT.

Geólogo nascido no Rio, Dutra fez-se político em Sergipe.

Na década de 90, presidiu o Sindicato dos Mineiros de Sergipe e integrou a direção nacional da CUT.

Em 1990, disputou o governo do Estado. Perdeu. Quatro anos depois, arrancou das urnas sergipanas uma cadeira no Senado.

Em 2002, no ocaso de seu mandato de oito anos, tornou a aventurar-se na disputa pelo governo de Sergipe. Perdeu de novo.

Ganhou de Lula, em 2003, um fabuloso prêmio de consolação: a presidência da Petrobras.

Em 2007, primeiro ano do segundo mandato, Lula rebaixou-o a presidente da BR Distribuidora, o braço da Petrobras que vende gasolina no varejo.

Manteve-se na BR até agosto passado. Deixou o posto para embrenhar-se na disputa pela presidência do PT.

Em sua fase petroleira, Dutra manteve com Lula e também com Dilma uma relação de submissão administrativa.

Na direção do PT, vai manter o partido subordinado aos interesses de Lula.

São interesses óbvios: eleger Dilma e prover sustentação congressual para uma gestão que a própria candidata vende como o “terceiro mandato de Lula.

Além de Dutra, os filiados do PT –1,35 milhão, pela conta oficial— terão à disposição outros cinco candidatos.

O mais vistoso é o deputado José Eduardo Cardozo (SP). Corre na raia da Mensagem ao Partido.

Vem a ser uma dissidência do ex-Campo Majoritário. Tem como ideólogo o ministro Tarso Genro (Justiça).

O grupo nasceu nas pegadas do mensalão. Enrolado na bandeira da ética, aglutinou algo como 15% do partido.

Na origem, o grupo tinha dois objetivos: arrancar Ricardo Berzoini da presidência do PT e minar a liderança exercida pelo ex-ministro José Dirceu.

Não conseguiu nem uma coisa nem outra. Teve de contentar-se em acomodar Cardozo na secretaria-geral do partido.

Os outros candidatos são os deputados Geraldo Magela (DF), do Movimento PT; e Iriny Lopes (ES), da Articulação de Esquerda e da Militância Socialista.

Na rabeira da disputa estão Serge Goulart, da Esquerda Marxista; e Markus Sokol, da corrente O Trabalho.

O que dá a Dutra o semblante de favorito é a aliança que celebrou com outros dois grupos da engrenagem petista.

Ambos são ligados à ex-ministra Marta Suplicy: Novos Rumos e PT de Lutas e de Massas.

Estima-se que a aliança do ex-Campo Majoritário com os grupos que seguem a liderança de Marta acomodará no cesto de Dutra algo como 60% dos votos.

É o suficiente para que o candidato de Lula triunfe já no primeiro turno.

Não há no partido quem considere a sério a hipótese de a disputa escorregar para um segundo round, em dezembro.

Prevalecendo a matemática de Lula, Dutra tomará posse em fevereiro de 2011.

Um pedaço do partido advoga a tese de que o mandato de Ricardo Berzoini, o presidente atual, deveria ser encurtado.

O mais provável, porém, é que Dutra passe a dividir com Berzoini as negociações para a composição da mega-aliança que se pretende formar em torno de Dilma.

Assim, tudo leva a crer que, passada a primeira eleição presidencial que não terá o seu nome na cédula, Lula continuará ditando os rumos do PT.

Escrito por Josias de Souza às 05h32

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

PSDC reúne mais de 7 partidos hoje em Campo Grande - João Humberto

Nesta noite, a partir das 19h30, o PSDC estará realizando reunião com mais sete partidos na sede do diretório regional, na rua Raposo Tavares, 92, Jardim Paulista.

Segundo o presidente regional do partido, Elizeu Amarilha, foram convocados representantes do PTB, PSB, PV, PSL, PSC, PC do B e PHS.

Na pauta serão discutidos assuntos relacionados à proximidade de uma coligação na proporcional, mas o assunto deverá ser abordado na majoritária.

“Precisamos criar mecanismos para andar com nossas próprias pernas. É preciso uma coligação independente, sem o envolvimento com o PMDB, PT e PSDB”.

O partido, inclusive, deverá lançar candidatura à presidência do ex-deputado federal constituinte José Maria Eymael, que foi deputado duas vezes.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eleição resgata nomes do mensalão - Postada por Luiz Carlos Nogueira

Envolvidos direta ou indiretamente no maior escândalo da gestão Lula estão em chapa favorita para dirigir PT

Vitória expressiva de Dutra já no 1º turno abre espaço para que Dirceu, Genoino, Mentor e Cunha assumam cargos na Direção do partido


JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL (Folha de S. Paulo)

A chapa do candidato favorito para vencer as eleições no PT domingo que vem, o ex-diretor da BR Distribuidora José Eduardo Dutra (SE), abriga oito petistas envolvidos, direta ou indiretamente, no escândalo do mensalão em 2005, o maior da história do partido.

Isso significa que uma vitória expressiva de Dutra já no primeiro turno abre espaço para que eles assumam cargos na direção do PT que terá a missão de eleger a ministra Dilma Rousseff presidente em 2010.

Fazem parte da chapa da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), de Dutra, o ex-ministro José Dirceu, os deputados José Genoino, José Mentor, José Nobre Guimarães e João Paulo Cunha, os ex-deputados Angela Guadagnin e Josias Gomes, e Mônica Valente, mulher do ex-tesoureiro Delúbio Soares, que saiu do PT e é apontado como pivô do caso.

Conforme o regulamento do PT, a chapa vitoriosa compõe o comando com base em sua votação. Se a CNB obtiver 60% dos votos, por exemplo, terá o direito de indicar a mesma proporção de dirigentes nacionais.

Segundo a Folha apurou, ao contrário do que ocorreu nas eleições anteriores -2005 e 2007-, quando os envolvidos no escândalo apoiaram seus candidatos mas firmaram compromissos de não aceitar cargos no partido, neste ano há forte pressão para que assumam postos a partir de 2010.

Dirceu, Genoino, João Paulo e Mentor (todos de SP), réus na ação do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o mensalão -esquema de desvio de dinheiro a parlamentares da base de Lula-, participam da campanha de Dutra e são cotados para ocupar um assento no Diretório Nacional ou na Executiva.

Os dois primeiros já comandaram o PT. Dirceu era o presidente da sigla em 2002, e Genoino estava à frente em 2005, quando o mensalão explodiu.
A composição da chapa da CNB é um indicativo de que o debate ético que marcou as eleições de 2005 e 2007 perdeu força na sigla, ainda que o principal adversário de Dutra, o deputado José Eduardo Cardozo (SP), da corrente Mensagem ao Partido, tenha enfatizado o tema nas disputas anteriores.

Mônica, Gomes e Guimarães, que é irmão de Genoino, já têm assento no atual Diretório Nacional e trabalham para permanecer com três das 84 vagas. Guimarães (CE) ficou famoso após seu ex-assessor Adalberto Vieira ter sido preso em 2005 com US$ 100 mil na cueca. Guadagnin se notabilizou ao dançar no plenário da Câmara após João Magno ter escapado de ação de cassação por conta do mensalão. Mentor já tem assento na Executiva.

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (clique aqui para conferir)

sábado, 14 de novembro de 2009

DEM discute aliança para 2010 em encontro na Capital




Hoje, a partir das 8h30, o DEM realiza encontro estadual na Câmara de Vereadores de Campo Grande. Em pauta assuntos relacionados à agenda interna do partido e discussões sobre alianças para as eleições de 2010.

O presidente do diretório municipal da sigla em Campo Grande, vereador Airton Saraiva, disse ao Campo Grande News que já é certa a aliança com o PSDB e o PPS. “Agora depende do PMDB definir se vai se aliar ao PT ou não, mas se isso acontecer faremos uma chapa de oposição”.

Caso haja uma aliança entre PT e PMDB, o nome da senadora Marisa Serrano (PSDB) é o mais cotado para concorrer com o de André Puccinelli ao governo do Estado. “Mas se isso não acontecer, iremos apoiar o André com toda a certeza”.

A nível nacional, o nome de Murilo Zauith é o mais cotado e apoiado para as disputas ao cargo de senador. Já para concorrer a uma vaga na Câmara Federal, existem quatro nomes na chapa do DEM, PSDB e PPS. “Queremos fazer pelo menos um”, explica Saraiva.

Para o encontro de hoje estão sendo aguardadas as presenças de vereadores e prefeitos do interior, bem como do governador André Puccinelli e do prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PMDB).

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

PT enrola o PMDB e mantém seus projetos estaduais

Em movimento deliberado, o PT empurra com a barriga a resolução dos impasses que sacodem suas relações com o PMDB nos Estados.

Sob holofotes, o petismo mostra-se receptivo às reivindicações. Nos subterrâneos, trama contra o parceiro.

A pretexto de apagar os incêndios que ardem nos Estados, lideranças das duas legendas reuniram-se nesta quarta (4), em Brasília.

A conversa girou como parafuso espanado. Retorceram-se todos os conflitos. Lero vai, lero vem, nenhuma pendência foi dissolvida.

Vem de Minas Gerais a encrenca que, por ser a mais grave, resume à perfeição o drama.

Ali, medem forças o pemedebê Hélio Costa e o petê Fernando Pimentel. Ambos se apresentam como candidatos ao governo mineiro.

Ministro das Comunicações de Lula, Hélio está mais bem-posto nas pesquisas. Escorado nos números, o PMDB cobra do PT apoio ao seu candidato.

O petismo simula concordância. E pede tempo. Enquanto aguarda, o PMDB é esfaqueado pelo PT de Pimentel.

Ex-prefeito de Belo Horizonte, segundo colocado nas sondagens eleitorais, Pimentel costura na seara petista e dá pontos no quintal do vizinho.

No PT, Pimentel tenta mandar a escanteio um adversário doméstico, Patrus Ananias, o ministro do Bolsa Família.

Os dois medem forças pelo controle do diretório mineiro do PT. A refrega está marcada para o próximo dia 25.

Estima-se que, nessa briga interna, Pimentel prevalecerá sobre Ananias. Teria algo como 55% dos votos que definirão a nova direção do PT-MG.

No quintal alheio, Pimentel alia-se, à sorrelfa, com o grupo do ex-governador Newton Cardoso, um pemedebê que se opõe a Hélio Costa.

Trama-se acomodar na presidência do PMDB-MG Adalclever Lopes, um deputado federal ligado a Newtão.

Ele disputa o controle da secção estadual do partido com o deputado federal Antônio Andrade, homem de Hélio Costa.

No plano nacional, PP e PMDB sustentam a tese de que as desavenças estaduais, por passageiras, não comprometem a aliança que os une no projeto Dilma-2010.

Não é bem assim. Para converter o noivado em casamento, o PMDB terá de aprovar o nome de Dilma Rousseff numa convenção nacional, em junho de 2010.

Os delegados que votam na convenção são escolhidos nos Estados. Vem de Minas a segunda maior delegação.

Entusiasta de Dilma, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, antevê confusão:

“Minas tem a segunda maior votação na convenção do PMDB. São 69 delegados. Alguns tem direito a mais de um voto. Juntos, representam cerca de 140 votos...”

“...É uma temeridade jogar esse pessoal para o outro lado. Hélio Costa é ministro do presidente Lula. Portanto, a conversa tem que ser mais fácil”.

O “outro lado” a que se refere Henrique Alves é o pedaço do PMDB que se dispõe a apoiar o presidenciável tucano José Serra.

Em privado, Pimentel dá de ombros. Afirma aos dirigentes nacionais do PT que Hélio Costa não controla o PMDB mineiro. Se bobear, diz ele, nem será candidato.

Lula dissera à direção do PMDB que interviria nas refregas estaduais para impedir que os planos locais do PT conspurcassem o projeto nacional de Dilma.

Era lorota. Até aqui, o presidente não dirigiu uma palavra de desestímulo a Pimentel, um velho amigo de Dilma. Militaram juntos no grupo VAR-Palmares.

Lula tampouco interveio em outros Estados em que o PMDB e o PT servem veneno um ao outro.

Além de Minas, a cúpula pemedebê esperava que o presidente mostrasse sua mão forte no Rio, no Pará e no Mato Grosso do Sul.

No Rio, o petista Lindberg Farias apresenta-se como rival do pemedebê Sérgio Cabral, candidato à reeleição com ares de favorito.

Lula prometera empurrar Lindberg para a disputa ao Senado. E nada. No Pará, o pemedebê Jader Barbalho estranha-se com a petê Ana Julia. E nada de Lua.

No Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli (PMDB), candidato à reeleição, é fustigado por Zeca do PT. Henrique Alves exaspera-se:

“O Puccinelli tem cerca de 45% nas pesquisas. O Zeca está com 14% ou 15%. Temos que chegar a um entendimento”.

Orestes Quércia, presidente do PMDB-SP e aliado de José Serra, percorre o país como um vírus anti-Dilma. Já se achegou a Puccinelli.

Diz-se que, aos olhos de hoje, há uma maioria pró-Dilma dentro do PMDB. Mas a coisa pode se a oposição virar dois dos diretórios convulsionados. Dificilmente vai-se entregar o tempo de TV do PMDB a José Serra.

Mas, ao brincar com o fogo, o PT acalenta o sonho da turma de Quércia, que já se dará por satisfeita se conseguir melar a entrega da vitrine eletrônica prometida a Dilma.

Escrito por Josias de Souza às 03h37

domingo, 1 de novembro de 2009

‘Prioridade do PT é eleger Dilma Rousseff presidente’

Brasília (AE) - Com o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT encerrou nesta semana com a pré-candidata Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, a rodada de encontros com cúpulas e bancadas dos partidos da base em busca de fechar um leque de alianças para a eleição de 2010.

Enquanto o PSDB não define seu candidato à sucessão presidencial, Lula e o PT mostram que têm uma estratégia clara e vêm conquistando espaço com os partidos para garantir palanques fortes para Dilma nos Estados.

É o que revela o deputado José Genoino (SP), ex-presidente do PT, nesta entrevista à Agência Estado. A prioridade é eleger Dilma e, em nome da aliança nacional em torno de sua candidatura, o PT deve ceder nos Estados e apoiar nomes de partidos aliados, conta Genoino. Na entrevista a seguir, o petista traça um mapa das alianças eleitorais com o PMDB nos Estados considerados problemáticos.

Fechado o pré compromisso com o PMDB, o que avançou até agora nesses dez dias?
O que avançou é que agora nós temos uma diretriz nacional, e é fundamental a aliança com o PMDB. São dois os motivos: o PMDB participa do governo, tem sido um fator de estabilidade e dará palanques fortes e tempo na televisão para Dilma.

O PMDB deve compor a chapa majoritária, e para isso nós temos de avançar nos Estados para termos palanques unificados. A existência de mais de um palanque deve ser exceção e não regra. Nós temos de ter uma aliança com palanques estaduais que vá do bloco de esquerda até o centro, que é o PMDB, passando pelo PR.

A ministra Dilma e a cúpula do PT já conversaram com o PR, com o PDT, com o PMDB. É uma tentativa de fazer uma campanha no estilo “nós contra a oposição”, personificada no PSDB, no DEM e no PPS?
A campanha deve ser plebiscitária com dois projetos: o liderado por Lula e Dilma e o da aliança demo-tucana. São dois projetos, não tem terceira nem quarta via. Portanto, ‘plebiscitar’ é o conteúdo da campanha. Esse plebiscito tem de se materializar nos Estados porque a eleição das bancadas de deputados estaduais, deputados federais e de senadores se dá no primeiro turno. Interessa-nos eleger grandes bancadas. Por isso, reafirmo, a prioridade é eleger presidente; em seguida, bancadas fortes e, depois, governadores dentro de uma eleição polarizada nacionalmente.

Por que a preocupação de eleger uma bancada grande de deputados e de senadores é maior do que a de eleger governadores?
Em primeiro lugar, pela nossa experiência. Nós temos de ter uma aliança e uma coalizão programática na eleição nacional e manter essa relação com a eleição para o Congresso Nacional. É muito difícil fazer maioria depois da eleição. É melhor construir essa maioria política durante a campanha eleitoral. Então, o importante é, primeiro, eleger bancadas afinadas com o programa da companheira Dilma. A nossa experiência do mandato do presidente Lula mostra a importância de ter uma maioria mais definida na Câmara e no Senado. Nós temos de trabalhar com isso, inclusive mostrar para a população que é importante eleger senadores e deputados.

E a bancada de governadores?
No caso de governadores, nós temos de analisar em cada Estado de acordo com quem tem viabilidade e quem pode montar um palanque unificado. O palanque unificado facilita a eleição de deputado e de senador, e nós temos de ter tempo na televisão. Como nós temos um bom governo, precisamos de palanques estaduais e tempo na televisão para falar bem desse governo. Se o PT não tem nome competitivo, deve ceder espaço para os aliados de maneira programática.

A prioridade de eleger grandes bancadas no Congresso já é preventiva ante eventual dificuldade de governar no caso de a ministra Dilma ser eleita?
Ter uma boa e grande bancada é importante para garantir a manutenção, com avanços, dos programas do governo Lula. E nós aprendemos e vivemos essa experiência que a governabilidade no Congresso Nacional tem de avançar para uma governabilidade programática. Qual o caminho que nós temos? Fazer alianças em primeiro turno de maneira transparente. Nós temos de ter bancadas mais unidas, tanto na Câmara quanto no Senado, e o PT tem de priorizar isso. Onde o PT tiver chance de eleger senador, é melhor abrir mão de governador.

Para evitar o que aconteceu com o governo Lula, que precisou compor para montar a base?
O governo Lula fez uma experiência de governabilidade que viabilizou esse projeto que está mudando o Brasil. Esse caminho que, no fundamental, foi vitorioso, nos indica a necessidade de ter bancadas mais programáticas. Principalmente, porque nós queremos continuar com avanços e nós temos de ter mais unidade no programa que vai eleger deputado e senador.

Se a prioridade é eleger uma grande bancada para dar sustentação ao governo, como será a atuação do PT no caso de o PSDB ganhar a disputa para Presidência da República?
Eu quero ganhar a eleição com a Dilma e ter maioria no Congresso Nacional, portanto eu só falo sobre esse cenário.

E se o PT voltar a ser oposição?
Eu não discuto essa possibilidade porque estou 100% empenhado em continuar sendo governo e continuar transformando o Brasil.

Como fechar as alianças nos Estados?
Para ter palanques estaduais unificados, o PT deve reivindicar a cabeça de chapa onde tiver nome competitivo e onde o PT já está governando. Onde não tiver condições, o PT deve ceder espaço para os partidos aliados, para o PMDB, para o PSB, para o PDT, para o PR. O melhor caminho é fazer essa coalizão no voto, nas urnas e na rua. Nós estamos mostrando nossa candidata, nosso programa e estamos dizendo que vamos eleger a Dilma com essas bancadas de senadores e de deputados porque nós temos de ter maioria no Congresso Nacional.