sábado, 17 de dezembro de 2011


Bons exemplos de RPPNs

A primeira RPPN do Brasil
Foto: Drena
RPPN Vagafogo (GO)
RPPN Vagafogoprimeira a ser implantada no Brasil, em 1990, com 17 hectares, constitui um ótimo exemplo de como a conservação pode ser também um bom negócio. Localizada na cidade histórica de Pirenópolis (GO), recebe mais de 10 mil visitantes por ano, que além de se hospedarem, podem fazer atividades como caminhadas, arvorismo e rapel. A renda dela auferida permite uma vida confortável para seus proprietários.

Mas, no geral, as maiores RPPNs, bem como as que são melhor manejadas, pertencem a organizações não-governamentais, como a de Salto Morato (PR), da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, com 810 hectares em região de Mata Atlântica. Esta é a primeira reserva natural privada a ser considerada pelaOrganização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como parte de um Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade. Também a Ecotrópica, no Pantanal, com 52,8 mil hestares, a da Associação Caatinga no Ceará, com mais de 5,3 mil hestares, a da Conservation International, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, a do Seringal Triunfo, no Acre, com 10 mil hectares e outras.

Entre as que pertencem a empresas e outras instituições, vale citar a daVeracruz Florestal na Bahia, com mais de 6 mil hectares, a da Empresa Florestal Garcia em Santa Catarina, com mais de 5 mil hectare, as da Valeetc. Considerada por alguns como a que apresenta melhor manejo é a RPPN do SESC, com 88 mil hectares, Pantanal do Mato Grosso. É considerada como modelo de como gerir bem uma unidade de conservação privada.
Sucesso entre os famosos

Várias personalidades e empresários brasileiros já aderiram à criação de RPPNs, como a escritora Rachel de Queiroz, que tem uma RPPN de 300 hectare em Quixadá. Outros famosos que aderiram às RPPNs são o fotógrafo Sebastião Salgado, o cantorNey Matogrosso, o compositor Almir Satter, a jornalista Miriam Leitão, o cientista político Sérgio Abranches, o empresário José Roberto Marinho, entre outros.


Do Ibope para a oposição: retirem a ‘raiva’ da receita

Arte/UOL

Dizem que o brasileiro não tem memória. Bobagem. O que o brasileiro não tem mesmo é muita curiosidade. Se havia alguma dúvida, o último Ibope eliminou.
O primeiro time de ministros nomeado por Dilma Rousseff revelou-se um fia$co. Caíram sete, seis deles envoltos em suspeitas de corrupção.
A grossa maioria dos auxiliares micados veio da gestão Lula. Dilma conhecia-os todos. Ainda assim, nomeou-os. Livrou-se deles por pressão, não por precaução.
A despeito de tudo, Dilma chega ao último Ibope do seu primeiro ano com o governo mais bem avaliado (56%) que os de Lula (41%) e FHC (43%) na mesma fase.
Considerando-se o desempenho pessoal, a popularidade de Dilma alça à casa dos 72%. De novo, ela aparece mais bem posta que os antecessores.
Ao final de 2003, Lula era bem visto por 66% dos brasileiros. FHC amelhou 57% de aprovação no final de 1995, seu primeiro ano na Presidência.
Só a falta de curiosidade do brasileiro explica que o Ibope de Dilma tenha crescido nos últimos três meses.
Desde setembro, o índice de aprovação do governo subiucinco pontos. Foi de 51% para os atuais 56%. E a taxa pessoal de Dilma oscilou de 71% para 72%.
Se fosse minimamente curiosa, a platéia perguntaria aos seus botões: que diabo de gerente era Dilma que não enxergou a podridão infiltrada na gestão Lula?
Ou ainda: onde Dilma estava com a cabeça quando admitiu o monturo de malfeitores no seu time de ministros?
Mas o brasileiro está noutra. Um pedaço da sociedade (28%) nem se lembra do noticiário sobre corrupção que eletrificaram a Esplanada.
A roubalheira só interessa a jornalistas e à oposição, eis a evidência que salta da pesquisa. A imprensa, por dever de ofício, continuará imprensando.
E quanto à oposição? Bem, a sondagem informa os antagonistas de Dilma desperdiçam seu tempo. Adicionar raiva à receita nunca foi tão fácil. E nunca tão inútil.
O discurso entra por um ouvido e sai pelo outro. O pedaço das galerias que se interessa ouve um tucano criticando Dilma pela aliança com ladravazes.
Depois, olha para o retrovisor e enxerga os operadores da Era FHC em conciliábulos com a mesma turma de salteadores.
Na sequência, o sujeito repara ao redor. A maioria vê o crediário em dia, o Bolsa Família entrando na conta e a geladeira abastecida. A moralidade vira resto.
Suponha que a crise mastigue parte da sensação de prosperidade nos três anos que restam a Dilma.
Nessa hipótese, na hora em que faltar dinheiro e a conta de luz começar a atrasar, o brasileiro buscará alguém que lhe ofereça esperança, não raiva.
Quer dizer: se tudo der mais ou menos certo para Dilma, a reeleição está no embornal. Se tudo der errado, o eleitorado talvez enxergue em Lula uma re-opção.
À oposição já não basta se opor. Se quiser virar alternativa, terá de reler a história com alguma dose de inteligência.
No Brasil, dois políticos chegaram à Presidência cavalgando a raiva: Janio Quadros e Fernando Collor. Ambos resultaram em desastres.
Lula só triunfou depois de se livrar do discurso envenenado que lhe rendera três derrotas.
Antes, o país encantara-se, em 1984, com Tancredo Neves. Embora eleito por via indireta, o velho lobo foi chorado nas ruas porque via-se nele a esperança.

Escrito por Josias de Souza às 20h39