quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


PPS discute possibilidade de receber Serra




O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), apresentou ontem ao partido a possibilidade de a legenda acolher o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com vistas à disputa pela Presidência da República em 2014.
Ao abrir a reunião da Executiva Nacional do partido, Freire disse que a oposição não tem conseguido se posicionar como deveria.
"Há questões que deveriam ser discutidas, mas não estão sendo. Mesmo quando nós o fazemos, pelo nosso tamanho, há dificuldade de que seja ouvido. O Serra bem que poderia representar isso."
O presidente do PPS disse que, após a eleição presidencial de 2010, Serra entrou em "processo de afastamento" com a direção do PSDB. "Nessa oportunidade, foi aventada a ideia de que ele poderia sair do PSDB e vir para o PPS."
O encontro, que acontece até amanhã em São Paulo, discute as estratégias de atuação do partido para os próximos dois anos e as alternativas eleitorais para 2014.
Zé Carlos Barretta/Folhapress
Roberto Freire e Soninha Francine em reunião do partido, quando foi apresentada a possível candidatura de Serra pelo PPS
Roberto Freire e Soninha Francine em reunião do partido, quando foi apresentada a possível candidatura de Serra
Conforme a Folha publicou anteontem, Serra vem analisando a possibilidade de deixar o PSDB para concorrer mais uma vez à Presidência no próximo ano. Dentro do partido, o nome mais cotado para a disputa é o do senador Aécio Neves (MG).
Ontem, Roberto Freire afirmou que, se o tucano quiser deixar o PSDB, será recebido no PPS "de braços abertos".
Segundo Freire, a possível ida de Serra "tem a ver com a ideia de uma nova formação política" dentro do PPS.
O deputado destacou ainda que não está descartada a criação de uma nova legenda, a partir da fusão do PPS com outras siglas, mas não adiantou quais poderiam ser.
O deputado lembrou que a sigla já havia discutido apresentar candidatura própria para a Presidência. Ele negou, entretanto, que uma possível candidatura própria ocorra apenas para viabilizar a ida de Serra ao partido.
No encontro, também foi citado o nome da ex-senadora Marina Silva (sem partido) como opção para uma candidatura própria do PPS ao Planalto. (PATRÍCIA BRITTO)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Em declínio, DEM fala em se desgarrar dos tucanos

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Embalados pela vitória de ACM Neto para a Prefeitura de Salvador, líderes do DEM se reuniram no sábado, na capital baiana, para traçar planos e afastar o fantasma da fusão ou do fim do partido.
Eles decidiram se desgarrar do PSDB e ampliar o leque de alianças com PMDB, PDT e PSB, aliados do Planalto, para aumentar a participação no Congresso na disputa de 2014. É com base na bancada da Câmara que se definem o tempo na TV e o Fundo Partidário.
A meta é manter o DEM como "partido viável": recuperar o total de deputados que tinha antes do racha que gerou o PSD, articulado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Eram em torno de 40. Hoje são 27, insuficientes para pavimentar, por exemplo, o futuro de ACM Neto na política nacional.
A palavra "fusão", que ronda o noticiário, foi vetada na reunião, no apartamento do deputado e agora secretário de Transporte de Salvador, José Carlos Aleluia. Privilegiou-se "independência".
Apesar de boa parte dos presentes ter ligações estreitas com o senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência em 2014, eles acertaram "não correr o risco dos outros".
Na avaliação feita, o governo Dilma Rousseff tem cometido sucessivos erros e fecha um ciclo do PT no poder, que entra em declínio a partir de agora. Mesmo assim, Dilma continua forte na classe média, o ex-presidente Lula é imbatível nas classes D e E, e ambos são favoritos em 2014.
O DEM também vai ampliar suas ligações com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que tem se colocado como alternativa da base aliada caso a economia não sustente o PT em alta.
Ex-integrantes do DEM, agora no PSD, não veem com tanto otimismo as articulações dos antigos companheiros. Acham que as vitórias de ACM Neto e João Alves (Aracaju) dão "sobrevida" à sigla, mas não são capazes de alavancar o futuro do partido.
Participaram da reunião, além de ACM Neto, João Alves e Aleluia, o líder no Senado, Agripino Maia (RN), o ex-prefeito do Rio César Maia e seu filho, deputado Rodrigo Maia, o presidente do DEM-SP, Tadeu Mudalen, o secretário de Ação Social do governo Alckmin, Rodrigo Garcia, e os deputados Onix Lorenzoni (RS) e Mendonça Neto (PE).