quarta-feira, 25 de março de 2009

Crise econômica pode ser risco substancial para o PT, diz jornal dos EUA

BBC

Os efeitos da crise financeira mundial sobre o Brasil podem apresentar riscos substanciais para o PT, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira pelo "Wall Street Journal", nos Estados Unidos.

Segundo a reportagem, a queda no índice de produção industrial no último trimestre de 2008 e a revisão para baixo do crescimento em 2009, anunciados recentemente, podem afetar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Os problemas econômicos apresentam riscos substanciais para o Partido dos Trabalhadores de Lula, que enfrenta eleições em outubro de 2010 e apostou suas chances em grandes investimentos públicos e altas taxas de aprovação adquiridas ao longo de seis anos de boas condições econômicas."

Na semana passada, diz o "WSJ", pesquisas de opinião mostraram a primeira grande queda na aprovação de Lula e do governo em meses, mas mesmo assim ela permanece bem acima dos 60%. "Analistas culpam a perda de emprego e a piora na situação econômica pelos resultados."

O "WST" diz que o governo vinha "pintando um quadro cor de rosa" em meio à crise, apesar do aumento do desemprego, da queda na arrecadação de impostos e de uma economia encolhendo.

Segundo o jornal, apesar de o governo ter revisado a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2009 de 3,5% para 2%, o número contrasta com a previsão de economistas privados, que veem o crescimento pouco acima de zero.

O "WST" diz que os adversários políticos de Lula agora estão tentando capitalizar em cima dos resultados abaixo do esperado, mas eles devem tomar cuidado para não ser vistos como se estivessem "defendendo a recessão".

"No passado, Lula já criticou forças que, segundo ele, estariam 'apostando contra o Brasil', uma referência não tão velada à classe alta do país, que historicamente se beneficiou com a grande desigualdade no Brasil", diz o jornal.

sábado, 7 de março de 2009

PDT - Partido elege Lupi presidente pela terceira vez (Tribuna da Imprensa)


BRASÍLIA - Pela terceira vez, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi reeleito ontem para a presidência do PDT. Ele comandará o partido pelos próximos dois anos. Para evitar atritos com a Comissão de Ética do Palácio do Planalto, Lupi avisou que continuará afastado da presidência do partido, deixando o comando a cargo dos dois vice-presidentes: o deputado Vieira da Cunha (RS) e o ex-deputado Wagner Lago.

Carlos Lupi assumiu a presidência do PDT depois da morte de Leonel Brizola. Desde então, comanda o partido com sucessivas reeleições no cargo. Em 2007, a Comissão de Ética do Palácio do Planalto recomendou a saída de Lupi da presidência do partido ou do ministério. Na época, os integrantes da Comissão alegaram que não era possível Lupi exercer as duas funções ao mesmo tempo, pois feria o Código de Ética. O afastamento de Lupi da presidência do PDT ocorreu em março de 2008. Desde então, a presidência é ocupada interinamente por Vieira da Cunha.

Durante a convenção do partido, o ex-deputado Vivaldo Barbosa (RJ) tentou apresentar uma questão de ordem para que Lupi não fosse reeleito sob a alegação de que a Comissão de Ética do Planalto impedia que o ministro comandasse o partido. Barbosa não conseguiu apresentar a questão de ordem e, no momento da votação, acabou votando em Lupi, que foi reeleito por unanimidade.

O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, foi reeleito para a Executiva do partido, mantendo-se no cargo de vogal. No ano passado, Paulinho se envolveu em escândalo sobre um suposto desvio de dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas acabou absolvido pelo Conselho de Ética da Câmara.

Além de reeleger Lupi, a convenção nacional do PDT também seria palco de um ato de desagravo ao governador do Maranhão, Jackson Lago, que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última quarta-feira. Mas o governador preferiu ir para o interior do Maranhão e não apareceu na convenção. "Ele (governador) está cumprindo a agenda normalmente até que todos os recursos à Justiça contra a cassação estejam esgotados", explicou Wagner Lago, que é irmão do governador maranhense. Várias faixas favoráveis ao governador foram espalhadas na sede do partido. "O povo do Maranhão já decidiu no voto. O PDT não aceita o tapetão."