segunda-feira, 15 de março de 2010

PT tenta popularizar Dilma diante do eleitorado

(Arquivo)


A despedida de Dilma Rousseff no comando da Casa Civil, no fim deste mês, indicará o tom que o governo quer imprimir à temporada inicial da campanha de sua candidata ao Palácio do Planalto. A equipe do PT tentará a todo custo popularizar a imagem da ministra - ainda desconhecida de metade do eleitorado - e, ao mesmo tempo, carimbá-la como a mulher com capacidade de resolver problemas e apontar soluções.

O roteiro que Dilma cumprirá, nos últimos dez dias de governo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reflete com todas as letras a estratégia traçada pelo comando petista. A maratona de viagens inclui visita à favela de Paraisópolis - a segunda maior de São Paulo -, no próximo dia 25, para uma cerimônia de licenciamento de rádios comunitárias e inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Encravada no Morumbi, Paraisópolis tem cerca de 80 mil moradores e só perde em tamanho para a favela de Heliópolis, também na zona sul. A urbanização, ali, é obra do PAC, carro-chefe da campanha de Dilma, e teve parceria entre governo federal, Prefeitura e Estado, comandado por José Serra - pré-candidato do PSDB à sucessão de Lula.

Do palanque popular na maior cidade do País, Dilma irá para o sul da Bahia, onde vestirá novamente o figurino da mulher capaz de cuidar de temas intrincados, como energia elétrica. Vinte e quatro horas após receber na favela 'a mesma força do povo' conferida a Lula - como diz um de seus jingles, copiando refrão da música que embalou a reeleição do presidente, em 2006 -, a ministra participará da cerimônia de inauguração de um gasoduto em Itabuna (BA).

O lançamento da segunda edição do PAC, previsto para o dia 29, embalará o discurso de Dilma até a eleição de outubro. Ao encarnar o pós-Lula, a chefe da Casa Civil vai pregar um novo projeto nacional de desenvolvimento, com Estado forte, e bater na tecla de que é necessário transformar crescimento em prosperidade. Em conversas reservadas, auxiliares do presidente dizem, porém, que o Brasil não pode crescer mais do que 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para não haver repique inflacionário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 9 de março de 2010

PT pagará salário para Dilma em campanha

Folha Online/PX

A ministra da Casa Civil e candidata à sucessão de Lula, Dilma Rousseff, receberá um salário do PT depois que deixar o cargo no final do mês para disputar as eleições. A informação foi confirmada pelo presidente nacional da sigla, José Eduardo Dutra.

O mais provável é que ela receba uma remuneração de cerca de R$ 10 mil, valor próximo ao que recebe como ministra --R$ 10.748 brutos. Segundo Dutra, o valor não foi definido.

De acordo com o presidente da sigla, Dilma sairá da Casa Civil em 29 ou 30 de março. Em seu lugar assumirá a secretária-executiva, Erenice Guerra, braço direito da candidata.

O PT também alugará dois imóveis para Dilma em Brasília: um escritório político e uma casa. Ao deixar a Casa Civil, Dilma perderá o direito de usar uma casa do governo no Lago Sul --área nobre, onde também ficarão os dois novos imóveis.

O comitê central da campanha também ficará em Brasília, mas será alugado mais à frente.

O PT faz uma análise jurídica para saber se a ministra também precisará deixar o cargo no conselho de administração da Petrobras. A tendência é que ela deixe todos os postos.

A legislação eleitoral exige a saída dos cargos no Executivo daqueles que disputarão eleições em outubro. O prazo é de seis meses antes do pleito.

Já há precedentes no PT de pagamento de salários a candidatos e dirigentes do partido. Os que se dedicam em tempo integral recebem cerca de R$ 10 mil mensais. Dirigentes com outras fontes de renda, não.

O ex-presidente do PT Ricardo Berzoini não tinha salário porque já recebia como deputado federal. Dutra, sem mandato, tem salário com carteira de trabalho assinada pelo partido.

Essa deverá ser a fórmula para Dilma. Quando candidato, Lula também recebeu salário.

sábado, 6 de março de 2010

Lula, Dilma, PT (Emir Sader)

Com a jaqueta que lhe deu de presente Evo Morales e uma camisa vermelha que recebeu de Fernando Lugo, Lula propôs a candidatura de Dilma Rousseff à sua sucessão e teve o apoio unânime dos delegados ao IV Congresso do PT. No dia anterior ele tinha recordado - depois de fazer uma homenagem a seu vice José Alencar - como oito anos antes, em convenção do PT realizada no Anhembi, tinha havido um ensaio de vaia, quando o nome de Alencar foi mencionado como seu candidato a vice-presidente.

O que ocorreu entre um momento e outro? Mudou o PT? Mudou Lula? Mudaram as condições? Que partido é esse que, ao contrário da sua tradição anterior, aprovou sem dissensões, a candidatura de Dilma?

Aquele esboço de vaia visava o que seria uma aliança com o grande empresariado, que obstaculizaria a realização do programa da candidatura de Lula. O alvo estava errado, embora a suspeita tivesse fundamento. A aliança para a qual apontaria a Carta aos brasileiros – que permitiu Lula saltar do patamar histórico dos 30% do PT para os 50%, possibilitando sua vitória – não era com o empresariado nacional vinculado ao mercado interno – como era o caso de Alencar -, mas ao capital financeiro, que teria no duo Palocci-Meirelles, seus melhores representantes. (Tão errada era aquela avaliação, que Alencar notabilizou-se, durante os dois mandatos do governo Lula, pela batalha contra as altas taxas de juros, responsabilidade justamente daquele duo.)

Aquele assomo de vaia desembocaria na cisão que levou à formação do Psol, em base à avaliação de que o PT e o governo não estavam “em disputa” – como era a linguagem característica da luta ideológica daquele momento na esquerda -, mas estariam definitivamente perdidos, levados – segundo a linguagem moralista dos dissidentes – pela “capitulação” diante da burguesia e do capitalismo, governo de “gangues”, como diria Heloisa Helena na campanha de 2006. Outros setores críticos preferiram ficar no PT e dar a batalha interna.

O tempo se encarregou de decidir quem tinha razão. O Psol, depois de gozar da lua-de-mel da candidatura de Heloisa Helena – objetivamente aliada com a direita contra a candidatura do Lula -, está reduzido à intranscendência, praticamente desapareceu do campo político, luta desesperadamente agora para não perder os poucos parlamentares que sobreviveram até aqui.

Enquanto o governo e o PT, depois de passarem pela pior crise das suas histórias em 2005, apresentam – como o Congresso recém realizado demonstra - uma força e um vigor que revelam como quem ficou na batalha interna do partido tinha feito uma avaliação correta: havia uma luta interna a dar, havia uma “disputa”, a tal ponto, que o governo Lula mudou e mudou para melhor. (Como se pode ver, entre outros textos, na análise de Nelson Barbosa sobre as duas fases da política econômica do governo Lula, no livro “O Brasil, entre o passado e o futuro”, organizado por Emir Sader e por Marco Aurélio Garcia, editoras Boitempo e Perseu Abramo, recém publicado.)

A mudança fundamental se deu na substituição de Palocci – coordenador real do governo na sua primeira fase, “contingenciador” dos recursos para políticas sociais, com o primado do ajuste fiscal que ele impunha – não por algum discípulo seu, mas por Guido Mantega, que divergia dessas orientação, ao mesmo tempo que a coordenação do governo passou a ser exercida por Dilma Rousseff. O governo assumiu a centralidade do desenvolvimento econômico, estreitamente ligado às políticas redistributivas, deslocando o ajuste fiscal, que até ali tinha sido o foco central do governo. O Estado, por sua vez, retomou seu papel de indutor do crescimento econômico e promotor do conjunto de políticas econômicas que começam a mudar a fisionomia do país.

No seu conjunto, essa virada representou uma segunda fase do governo Lula, responsável pelo extraordinário apoio popular que conquistou, por sua consolidação política e sucesso impressionante na política externa.

Dilma Rousseff surgiu quase naturalmente como a candidata para dar continuidade e aprofundar os avanços do governo Lula, porque representa a melhor expressão dessa nova fisionomia do governo. O PT, por sua vez, recompôs suas forças, referenciando-se, cada vez de forma mais direta, ao governo federal, o que lhe permitiu superar sua crise e voltar a afirmar-se como principal partido brasileiro.

Lula e Dilma, nos seus discursos no Congresso, desconstruíram alguns dos principais supostos do ideário neoliberal: o de que a economia deveria primeiro crescer, para depois redistribuir; que elevação real dos salários leva inevitavelmente à inflação; que o Estado mínimo interessa aos que não necessitam do Estado; que o que chamam de “inchaço “ do Estado é a contratação de médicos, enfermeiros, professores e tantos outros servidos públicos, para fazer política social e não para burocratas sem função social. Reiteram como os bancos públicos e o mercado interno de consumo popular foram decisivos para que o Brasil saísse rápido da crise e para que os pobres não pagassem o preço mais duro dela.

O Congresso revelou como o PT se reafirma como um partido de esquerda, comprometido com um projeto popular e democrático, centrado no desenvolvimento econômico sustentável, na justiça social e na soberania política. Restam muitos desafios pela frente, o maior deles, a organização das imensas bases lulistas, - “subproletárias”, como alguns a chamam -, beneficiárias das políticas sociais do governo, que necessitam organizar-se politicamente, adquirir consciência social e tornar-se sujeitos do novo bloco no poder em processo de construção no Brasil.

O PT sai fortalecido, Lula se projeta como um grande estadista e Dilma se revela como a melhor candidata para dar continuidade e aprofundar o projeto do governo. O IV. Congresso do PT está tão distante daquela convenção de 2002, quanto a herança maldita que Lula recebeu está distante da herança bendita que deixa, na expectativa que Dilma possa dar continuidade na direção da ruptura definitiva do modelo herdado e na construção de um país justo, desenvolvido e soberano.

Postado por Emir Sader às 13:30

sexta-feira, 5 de março de 2010

Zeca do PT e Delcídio discutem campanha em Brasília


CGNEWS

João Humberto
Luciana Novaes

Delcídio e Zeca do PT conversando sobre campanha eleitoral deste ano na sala da biblioteca do Senado.

Nesta quarta-feira, o ex-governador Zeca do PT, o senador Delcídio Amaral, o presidente do diretório petista do estado e o ex-secretário de governo Carlos Longo se reuniram na sala da biblioteca do Senado Federal para discutir a campanha eleitoral deste ano.

Segundo informou Zeca do PT ao Campo Grande News, “conversamos sobre a vitória do partido nas próximas eleições”.

Zeca é candidato a governador de Mato Grosso do Sul nas eleições 2010 e enfrentará a disputa com o atual governador André Puccinelli (PMDB). Até o momento, o petista alega que a campanha será vitoriosa e que o PT jamais dividirá palanque com o PMDB, no entanto, nada foi definido em relação às alianças no estado, fator que configura um cenário de mistério.

quinta-feira, 4 de março de 2010

DEM pode abrir mão de vice mesmo sem Aécio na chapa de Serra

Mesmo com o governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) fora da chapa presidencial, o DEM poderia abrir mão da vaga de vice na aliança com o PSDB se houver um nome aliado que seja mais forte que algum integrante do partido, afirmou nesta quinta-feira o líder da legenda no Senado, senador José Agripino Maia (RN).

Líderes do DEM vinham afirmando que fariam este gesto apenas se o governador de Minas Gerais ocupar a vice e que, caso ele não aceitasse a missão, o cargo teria que ser de alguém do Democratas.

Aécio já disse ao governador de São Paulo, José Serra, provável candidato do PSDB à Presidência, o que vinha reiterando em público: não será candidato à vice.

"Pode ser um quadro do DEM o que é o mais recomendável ou alguém que some mais que um Democrata", disse Agripino, após participar da inauguração do novo centro administrativo do governo mineiro. "Se você encontrar alguém que some mais, a gente até cederia."

O senador ponderou que o DEM "não exige nada", mas destacou que o partido assumir a vaga de vice seria o caminho "natural".

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), negou que haja na sigla um sentimento de questionamento sobre os rumos que a legenda seguirá na eleição.

"Temos uma posição firmada que é a candidatura de José Serra. Outra posição é que Aécio não quer ser vice", afirmou.

Guerra assegurou que o PSDB não tentará convencer Aécio a mudar de ideia. "Nosso partido não pressionará o Aécio. Do Aécio a gente já sabe tudo."

Por outro lado o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) voltou a cobrar uma postura mais assertiva de Serra.

Para ele, o governador paulista deve assumir a candidatura em público para que a militância do PSDB comece a trabalhar por ela.

"Todo o partido está de mãos atadas enquanto não há uma definição. Essa definição é urgentíssima, já está atrasada", disse.

O senador argumentou que a pré-candidata do PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, já está em campanha, embora a Justiça Eleitoral não a tenha punido. "Nós não temos que ficar mais só assistindo a esse jogo."

Citado entre os que podem compor a chapa encabeçada por Serra, Tasso Jereissati disse que o assunto da vice não deve ser debatido neste momento. "Nesse momento isso é absolutamente secundário."

terça-feira, 2 de março de 2010

PMDB começa a elaborar plano de governo a ser fundido com o do PT

O PMDB irá se reunir nesta terça-feira para começar a formular um plano de governo do partido. A proposta, segundo o presidente da Câmara e provável vice na chapa da petista Dilma Rousseff à Presidência, Michel Temer (PMDB-SP), será fundida com o programa do PT.

"Nós vamos fundir os programas do PT e PMDB [mais para frente]", disse ontem o presidente da Câmara. Temer lembrou que os dois partidos têm um compromisso assinado, que garante ao seu partido a vaga de vice-presidente na chapa encabeçada por Dilma.

Ele disse ainda que, por enquanto, só é candidato a deputado e que a escolha do vice deve acontecer no começo de maio. "A vice-presidência é uma questão de circunstância. Depende do momento em que a candidata, já anunciada, indicar o nome mais conveniente."

Participam hoje da reunião do PMDB, além de Temer, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, o ministro Nelson Jobim (Defesa), o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Temer descartou a possibilidade de o PMDB perder espaço nas eleições com o crescimento da ministra da Casa Civil nas pesquisas. "Nem se cogita nesse assunto", disse o peemedebista durante evento ontem com empresários em São Paulo.

Pesquisa Datafolha mostra que Dilma atingiu 28% das intenções de voto e reduziu de 14 para 4 pontos percentuais a distância que a separa do principal rival, José Serra (PSDB), que tem 32%.

O crescimento da ministra da Casa Civil foi verificado em todos os cenários do levantamento. A pesquisa mostra estagnação nos índices de Ciro Gomes (PSB) e de Marina Silva (PV).

segunda-feira, 1 de março de 2010

Secretário de Arruda decide disputar governo do DF

Antônio Cruz/ABr

Mal se livrou do governador preso José Roberto Arruda e do ex-vice-problema Paulo Octávio, o DEM ganhou uma encrenca nova para administrar.



Alberto Fraga, secretário de Transportes da gestão Arruda, fez chegar à direção do partido o desejo de disputar o governo do DF.



A novidade chega num instante em que o diretório regional do DEM-DF, sob intervenção desde a semana passada, lida com outras prioridades.



Nomeado interventor, o senador Marco Maciel (DEM-DF) tenta reestruturar o comando da legenda na Capital, livrando-a da influência de Arruda.



Na avaliação da direção do DEM, o próprio Fraga deveria se preocupar com coisa mais urgente.



Exige-se dele que peça demissão do cargo de secretário do GDF ainda nesta semana. Sob pena de arrostar um pedido de sua expulsão da legenda.



Nesse cenário, a movimentação de Fraga foi recebida com um misto de desalento e desaprovação. Um “carro adiante dos bois”, disse um grão-demo ao repórter.



Para complicar, Fraga, deputado federal licenciado, deseja comparecer à campanha como defensor do legado de obras de Arruda, a quem tem visitado amiúde na prisão.



Fraga já não faz segredo de seus planos. Segundo conta a repórter Andreza Matais, na Folha, ele explicou assim sua candidatura: “Tem muita coisa boa que precisa dar continuidade”.





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Escrito por Josias de Souza às 04h23